Gosto de animais. De todos. Mas em liberdade. Não gosto de os ver enjaulados, engaiolados. Penso que podia ser eu no lugar deles, e isso arrepia-me.
Gosto de sapatos. Adoro sapatos. No Verão, sandálias com tirinhas, “peep toes”, “slingbacks” com salto baixo e fininho. No Inverno, botas. Mas sem serem de cunha, por favor.
Gosto de batons de manteiga de cacau. E do meu corrector com três cores diferentes, que tapa todas as borbulhinhas e manchas e olheiras, e ajuda-me a ter um ar mais “composto”. Detesto bases espessas e maquilhagem a mais, que me dão a sensação de estar a usar uma máscara.
Gosto de marisco. De mangas ainda pouco doces. De sumos naturais. E de coisas doces, é o meu pecado. Não gosto de comida a saber muito a sal.
Gosto de óculos escuros. Somos inseparáveis, seja em que estação do ano for. Ao amanhecer, durante o dia, quase sempre ao crepúsculo, mas nunca à noite.
Gosto de sorrisos francos. Detesto mentiras.
Gosto de dançar. Mover o corpo instintivamente ao som da música, sem pensar em nada. E gosto da água. De olhar o mar, o rio, de andar de barco. São momentos felizes.
Gosto de sonhar. Com o que já vivi, e com aquilo que ainda irei viver. Sonhar com um mundo melhor e mais justo. Sonhar com um futuro em que todos possam concretizar os seus sonhos. Sonhar que esse dia possa ser já amanhã, ou para a semana.
Gosto de ser optimista. Frequentemente teimosa e saudosista, às vezes melancólica e quase sempre patética, mas optimista.
(Em jeito de resposta a este post da Framboesa, embora com atraso e fora do formato…)
Sim, sei que gostas do que vês. Percebe-se isso pela forma como me olhas de cima a baixo enquanto um sorriso aflora aos teus olhos.
Mas o que estás a ver é apenas o invólucro. O melhor de mim está mesmo lá dentro. Protegido, reservado só para algumas pessoas, aquelas que querem realmente saber quem eu sou e o que me move. Aquelas que se interessam e querem ver o que está para lá do meu simples exterior.
E se queres mesmo conhecer-me, atreve-te.
Atreve-te a olhar bem fundo nos meus olhos, porque às vezes eles dizem mais do que os meus lábios.
Atreve-te a ouvir-me, a encontrar no tom da minha voz as subtilezas que denunciam as minhas paixões e os meus desapontamentos.
Atreve-te a tocar-me, pois só assim te aperceberás da temperatura da minha pele.
Atreve-te a dar-me a mão e deixa que eu te leve a descobrir paisagens infinitas, templos escondidos e sorrisos com alma.
Atreve-te a conhecer as minhas memórias e os meus sonhos, porque o passado é a lava que me moldou e o futuro a opala em que estou a transformar-me.
Atreve-te a fazeres de mim o teu livro de cabeceira.