Cedo
Ainda era cedo para falar de amor.
Muito cedo para expor sentimentos profundos. Para fazer planos. Para ter sonhos em comum.
Demasiado cedo para tomar decisões difíceis, optar, escolher.
Cedo para ter certezas, ou sequer pressentimentos.
Era cedo.
E depois, um dia, descobriu que as opções afinal nunca o tinham sido, as escolhas estavam decididas há já muito tempo, os sonhos comuns não existiam, e os planos nunca seriam feitos.
Foi nessa altura que percebeu que já não era cedo para falar de amor. Não era. Nunca tinha sido.
Era tarde. Muito tarde.