O Natal chegou a casa
Estrelas e anjos, luzes e reflexos, dégradés de tons de ouro e neve.
Brilhos que aquecem a noite, velas que perfumam o ar, embrulhos adormecidos à espera das mãos que os vão desfazer.
O Natal voltou a instalar-se cá em casa.
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Estrelas e anjos, luzes e reflexos, dégradés de tons de ouro e neve.
Brilhos que aquecem a noite, velas que perfumam o ar, embrulhos adormecidos à espera das mãos que os vão desfazer.
O Natal voltou a instalar-se cá em casa.
A indecisão é mole e estúpida.
A dúvida é natural, faz-nos pensar e pesar os prós e os contras. A indecisão é doentia e frouxa.
A reflexão é inteligente, leva-nos a aprofundar as questões. A indecisão é burra e teimosa.
A incerteza é espontânea, obriga-nos a perceber que nem tudo está garantido. A indecisão é viciante e insidiosa.
O medo é saudável, mantém-nos vigilantes e de olhos abertos. A indecisão é paranóica e desapiedada.
O escrúpulo é humanitário, torna-nos mais compassivos e caridosos. A indecisão é grosseira e egoísta.
A ponderação é benéfica, traz-nos equilíbrio e justiça. A indecisão é apática e ignorante.
A moderação é aceitável, dá-nos coerência e apela à harmonia. A indecisão é dissimulada e nociva.
A calma é benfazeja, transmite-nos paz e tranquilidade. A indecisão é falaciosa e destruidora.
A indecisão não é um pecado mortal. Mas mata.
O Natal está em todo o lado.
Invade as ruas, as lojas, as casas. Brilha nas luzes e reflecte-se nos espelhos. Pesa nos embrulhos com papel colorido e laçarotes a espreitarem de sacos carregados. Grita “Ho! Ho! Ho!” mesmo para quem não quer ouvir.
O Natal está em todo o lado, mas não em mim.
Rodeia-me mas não me desperta. Dou por ele, mas não me afecta. Entra-me pelos olhos adentro, mas não aquece o meu coração.
Dizem que o Natal é sempre que um homem quiser.
Pois se assim é, vou continuar à espera.
Vou acender as gambiarras e pendurar os enfeites, comer o peru e as azevias, oferecer prendas e sorrir, quando receber as que me oferecem. E desejar Boas Festas, e dar abraços apertados às pessoas de quem gosto.
Ainda à espera.
À espera daquele dia em que também o meu mundo se ilumine, e eu possa enfim sentir que o Natal chegou.